Professores do Centro Universitário de Pato Branco (UNIDEP) que atuam na linha de frente do combate e prevenção ao Covid-19, estão sendo imunizados no Sudoeste do Paraná. O sentimento de esperança vem à tona após mais de onze meses de espera. No entanto, o que prevalece, ainda, é a consciência de que cuidar-se, respeitando as orientações de prevenção, é uma atitude cada vez mais necessária.
A docente do curso de Medicina, Claudia Moschen Antunes, médica pneumologista e intensivista, foi uma das primeiras profissionais de saúde a receber a dose da vacina CoronaVac em Francisco Beltrão. Ela, que atua na Policlínica São Vicente de Paula, desde abril de 2020 mantém uma intensa rotina de trabalho.
“Foi com muita alegria e sensação de vitória que recebi a vacina após todos esses meses cuidando dos pacientes com Covid-19. Foi um privilégio que, infelizmente, muitos não tiveram a chance de ter”, ressalta Claudia. Quando questionada sobre qual foi o momento que mais lhe marcou nesse período, ela compartilha a experiência de ser médica e filha:
“Nesse período, houve vários momentos que ficarão eternizados na minha lembrança, mas uma das coisas que mais me marcou foi quando meu pai estava internado na UTI, com Covid-19 e já entubado, e outro paciente muito grave acometido do mesmo mal, pegava na minha mão toda manhã quando eu ia examiná-lo e perguntava: 'como está seu pai? Estou rezando para ele. Tudo vai ficar bem!'. Esse paciente era muito mais jovem que meu pai e também faleceu alguns dias depois. Eu encontrei compaixão e solidariedade onde menos esperava. Hoje, sou eu que rezo muito para ele receber o mesmo conforto que me deu”, disse.
Mas, afinal, como a população deve encarar a chegada da vacina? Qual a importância da imunização para seguirmos enfrentando o vírus? “Converso com todas as pessoas possíveis e digo que a vacina é a maior conquista nesse momento. Devemos recebê-la com muita esperança, mas só vou começar a relaxar quando todos os idosos estiverem imunizados. Vejo que todos os pacientes que tiveram Covid-19 dizem que se vacinarão, afinal, só quem passou pela doença sabe o que sentiu”, pontua.
Claudia ressalta que após a imunização, as medidas preventivas devem permanecer. “Mesmo após a imunização devemos aguardar um tempo antes de relaxar as medidas atuais. Penso que estamos muito próximos do fim, porém, ainda alguns meses nos separam desse desfecho. Devemos continuar firmes com nosso isolamento social, que não significa abandono e solidão, pelo contrário, essa atitude consciente e solidária é a maior forma de respeito que podemos ter com quem amamos. Vacinem-se e cuidem-se, por favor!”, destaca.
O professor Jucimar Milan, docente dos cursos de Enfermagem e Odontologia, também já está imunizado. Ele, que atua como enfermeiro intervencionista da UTI Móvel do SAMU 192 na base de Chopinzinho, relembra os dois principais questionamentos do início da pandemia: “o primeiro, era como o vírus é transmitido, e o segundo era consequência do primeiro, pois precisávamos identificar quais eram as medidas de biossegurança eficazes na prevenção. Com o passar do tempo, tais questões foram respondidas, e o medo de contágio e transmissão que os profissionais de saúde carregavam consigo foi diminuindo”, pontua.
Para ele, a chegada da vacina resgata o sentimento de segurança na assistência prestada aos pacientes. “Sermos prioridade na imunização, enquanto profissionais de saúde, traz um sentimento de respeito e valorização com quem está na linha de frente. Os benefícios decorrentes da imunização são inúmeros para a saúde individual e coletiva. Historicamente, tivemos grandes avanços no controle de doenças por meio de vacinas. Por isso, receber a imunização neste momento, é reviver um pouco dos momentos históricos da saúde coletiva no combate às epidemias e pandemias”, relata o professor e enfermeiro.
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Matéria: Profa. Ma. Jozieli Cardenal Suttili / Jornalista MTB 9268 – PR
Coordenadora da Agência Experimental de Comunicação do UNIDEP
Fotos: Luciano Trevisan, Jornal de Beltrão
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