Médica infectologista da Afya explica quais são os principais sintomas e os cuidados para prevenir o contágio
20/11/2024
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Desde o início do ano, o Brasil tem observado a curva ascendente de casos de coqueluche, doença respiratória altamente contagiosa. O Ministério da Saúde registrou, de janeiro a outubro deste ano, mais de 1.000% de aumento de novos casos da doença em relação a 2023. A queda da cobertura vacinal é o principal fator para este crescimento. A médica infectologista da Afya, Raissa Moraes, destaca que a vacinação é a forma mais segura de se proteger contra a doença e reforça os sintomas e cuidados necessários.
Os sintomas iniciais da coqueluche são parecidos com os de uma gripe, com febre baixa e prostração. “Na primeira fase da doença aparecem os sintomas gripais que duram cerca de uma semana. Em seguida, ocorre a fase mais característica da doença, com crises intensas de tosse que podem durar de duas a seis semanas. Essas crises podem causar dificuldades respiratórias e, em casos mais graves, baixar a saturação”, explica Raíssa.
Crianças são mais vulneráveis aos quadros graves, em especial menores de um ano. Para essa faixa etária ou crianças lactentes, os sintomas podem evoluir para complicações graves como paradas cardiorrespiratórias, convulsões e até a necessidade de internação hospitalar.
A transmissão da coqueluche ocorre, principalmente, pelo contato direto com uma pessoa doente por meio de gotículas eliminadas por tosse, espirro ou até mesmo ao falar. Por isso, a recomendação de uso de máscaras perto de outras pessoas caso tenha sintomas gripais é válida
Vacinação e prevenção
A cada cinco e oitos anos é esperado um surto de coqueluche no País, isso porque as vacinas devem ser reforçadas a cada 10 anos. Com uma cobertura vacinal menor, o índice da doença e do contágio aumenta. A forma mais indicada para prevenção é a vacinação. Crianças de até seis anos devem receber a dose vacinal, disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) nos postos de atendimento e completar o esquema vacinal com doses de reforço que vão até os 12 anos. Na fase adulta, recomenda-se repetir a dose a cada 10 anos.
A imunização contra a doença é segura e oferece uma imunidade prolongada, mas não permanente. “É importante destacar que, para uma proteção contínua e um quadro epidemiológico controlado, é necessário a vacinação periódica da população”, comenta a infectologista.
Como diagnosticar e tratar a coqueluche?
O diagnóstico é feito por meio de um exame PCR específico, que utiliza uma amostra coletada da nasofaringe do paciente para identificar a presença do material genético da bactéria. Além disso, o quadro clínico típico da doença pode orientar os médicos a suspeitarem do diagnóstico antes mesmo da confirmação laboratorial.
Por ser uma infecção bacteriana, o tratamento é realizado com antibióticos, que além de acelerar a recuperação do paciente, interrompe a transmissão da doença. “Sem tratamento, o paciente pode transmitir a bactéria por até três semanas após o início das crises de tosse. Com o uso adequado de antibióticos, essa janela de contágio é reduzida para cinco dias”, explica Raíssa.
Monitor de epidemias
A evolução substancial dos números da coqueluche também é percebida junto à comunidade médica. De acordo com o Radar Whitebook, ferramenta desenvolvida pela Afya que utiliza inteligência artificial para acompanhar indicadores epidemiológicos, desde junho, as buscas sobre a doença registraram aumento de 33% em relação aos cinco primeiros meses do ano na plataforma. Em julho, o aplicativo registrou um pico de 79%, mês que ocorreu o primeiro óbito em 2024. Para o segundo semestre, a tendência de alta continua. A plataforma já indica um número 289% maior de pesquisas relacionadas ao tema em comparação ao primeiro semestre do ano.
Sobre a Afya
A Afya, líder em educação e soluções para a prática médica no Brasil, reúne 38 Instituições de Ensino Superior em todas as regiões do país, 32 delas com cursos de medicina e 20 unidades promovendo pós-graduação e educação continuada em áreas médicas e de saúde. São 3.593 vagas de medicina autorizadas pelo Ministério da Educação (MEC), com mais de 20 mil alunos formados nos últimos 25 anos. Pioneira em práticas digitais para aprendizagem contínua e suporte ao exercício da medicina, 1 a cada 3 médicos e estudantes de medicina no país utiliza ao menos uma solução digital do portfólio, como Afya Whitebook, Afya iClinic e Afya Papers. Primeira empresa de educação médica a abrir capital na Nasdaq em 2019, a Afya recebeu prêmios do jornal Valor Econômico, incluindo "Valor Inovação" (2023) como a mais inovadora do Brasil, e "Valor 1000" (2021, 2023 e 2024) como a melhor empresa de educação. Virgílio Gibbon, CEO da Afya, foi reconhecido como o melhor CEO na área de Educação pelo prêmio "Executivo de Valor" (2023). Em 2024, a empresa passou a integrar o programa “Liderança com ImPacto”, do pacto Global da ONU no Brasil, como porta-voz da ODS 3 - Saúde e Bem-Estar.
Mais informações em http://www.afya.com.br e ir.afya.com.br.