O Centro Universitário de Pato Branco (UNIDEP) luta cada vez mais por um ambiente de educação e formação inclusiva para toda a comunidade e acadêmicos
23/2/2021
Compartilhe
Desde 2016, a Lei Brasileira de Inclusão (LBI) afirma em seu Art. 27, que “a educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de aprendizagem”. Nesse sentido, o Centro Universitário de Pato Branco (UNIDEP) promove diversas práticas de inclusão e ensino para Pessoas com Deficiência (PCDs), além de oportunizar disciplinas regulares e cursos de extensão em Língua Brasileira de Sinais (Libras).
Nessa somatória de ações, há muitas histórias, de alunos e egressos PCDs que, no UNIDEP, encontraram formação inclusiva e acolhimento. Rafael Antonio Carneiro, que possui deficiência visual, realizou a sua graduação no curso de Psicologia entre 2012 e 2016. Ele destaca como foi a sua experiência ao estudar no UNIDEP. “Tive ótimos professores, que estavam sempre muito abertos a dialogar e buscar o melhor caminho para as demandas que surgiam, juntamente com o auxílio de toda a turma. Aliás, muitos desses colegas tornaram-se grandes amigos, com os quais, mesmo distante, mantenho contato até hoje”, frisa.
Rafael conta, ainda, como foi a sua trajetória após se formar no UNIDEP. “No momento, não estou trabalhando, mas já atuei na área da Psicologia. Após a graduação, cursei uma especialização em Psicopedagogia Institucional e Clínica. Hoje, estou na minha segunda pós-graduação em Direitos Humanos e Questão Social. Após concluir o curso de Psicologia, passei a me envolver de forma bastante intensa com os movimentos sociais relacionados às pessoas com deficiência. Atualmente, represento o Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul (CRP07) no Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência (COEPEDE), entre outras representações”, pontua.
Para Rafael, sua graduação no curso de Psicologia do UNIDEP foi um divisor de águas em sua vida. “A partir do curso, amadureci muito enquanto pessoa. Penso que a Psicologia foi decisiva para algumas mudanças importantes quanto à minha visão de mundo. Quanto às questões profissionais, o curso me aproximou de diversos campos, pois essa formação permite transitar por diversas áreas. Através de minha graduação em Psicologia, pude trilhar caminhos de extrema importância em minha vida, nas mais diferentes áreas, como: política, movimentos sociais, direitos humanos, entre outros”, esclareceu.
Rafael deixa, ainda, um conselho para outras pessoas PCDs que têm o sonho de cursar uma faculdade. “Acredito que o ambiente universitário vem sendo “desbravado” por nós, pessoas com deficiência, principalmente nos últimos anos. Por mais que em qualquer graduação possamos encontrar dificuldades, vale a pena, por todo o aprendizado, conhecimento e desenvolvimento que isso tende a proporcionar. Para as pessoas com deficiência que pretendem cursar uma graduação, é importante procurar conversar com profissionais da área pretendida, que possuam a mesma deficiência”, concluiu.
Para Maiko Junior Panizzon, egresso do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas e que possui deficiência física, o relacionamento com os professores, funcionários e colegas foi muito positivo. “Me senti muito acolhido, tanto por professores quanto pelos colegas. Posso dizer que fiz amigos para a vida inteira”, contou. Ele destacou ainda, a importância do Ensino Superior para a sua trajetória. “Eu sempre gostei muito de tecnologia e o UNIDEP foi o lugar que me abriu as portas para o mercado de trabalho. Atualmente, sou o responsável pelo setor de Tecnologia da Informação (TI) da empresa Piracanjuba, de todas as unidades do estado do Paraná. Logo após me formar em ADS, entrei no mercado de TI e atuei na área de Infraestrutura de TI da empresa Atlas Eletrodomésticos, lá fiquei durante quase dois anos”, relatou.
O conselho de Maikon é: “não desistam de seus sonhos, por mais que existam dificuldades, no final, nada é mais prazeroso do que ver seus pais orgulhosos de você no dia da colação de grau. Nada é fácil na vida, principalmente para nós PCDs, mas não são essas limitações que nos impedem de voar mais além”, disse.
Vagner Bartokoski, que possui deficiência auditiva e estudou no UNIDEP no período de 2014 a 2020, no curso de Administração, ressaltou seus sentimentos pela IES, colegiado e colegas. “Sou muito grato por todo o apoio recebido pelos professores, colegas e funcionários. Principalmente, pela disponibilização do intérprete de Libras durante o curso”, frisa. Ele ressalta, ainda, que o UNIDEP possui adaptação para as Pessoas com Deficiência (PCDs). “Não tenham medo de cursar o Ensino Superior no Centro Universitário de Pato Branco, pois a Instituição vem cada dia mais evoluindo no que diz respeito a melhorias para nós, PCDs”, conclui Vagner.
A Pró-Reitora Acadêmica, professora Ma. Carla Maria Ruedell, enaltece a política de acessibilidade e inclusão social do UNIDEP. “A inclusão das pessoas com deficiência na Educação Superior deve assegurar o direito à participação na comunidade com as demais pessoas, as oportunidades de desenvolvimento pessoal, social e profissional, bem como não restringir sua participação em determinados ambientes e atividades com base na deficiência. Por isso, o UNIDEP mantém Programas e setores que estão preparados para oferecer suporte tanto para os alunos com deficiência, quanto para os docentes”, evidencia.
No UNIDEP, além do Programa de Atendimento ao Discente (Padis), que efetua atendimentos psicopedagógicos aos alunos, há ainda o Núcleo de Apoio Pedagógico e Experiência Docente (Naped), que oferece apoio aos docentes no planejamento de suas aulas, tornando-as significativas e inclusivas para a aprendizagem. Soma-se a esse movimento o Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (NAI), cujo objetivo é fomentar ações institucionais que permitam a integração de pessoas com deficiência à vida acadêmica, minimizando barreiras comportamentais, pedagógicas, arquitetônicas e de comunicação. “Primar pela educação inclusiva, é conjugar igualdade e diferença como valores intrínsecos à valorização da diversidade e o respeito ao outro”, completa a professora Carla.
------------
Matéria: Julia Oldoni, acadêmica do 5º período do curso de Publicidade e Propaganda do UNIDEP
Revisão: Profa. Ma. Jozieli Cardenal Suttili / Jornalista MTB 9268 – PR
Coordenadora da Agência Experimental de Comunicação do UNIDEP
Contato: [email protected]