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Projeto Integrador de Direito valoriza cidadania

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No segundo semestre de 2020, o curso de Direito do Centro Universitário de Pato Branco (UNIDEP) promoveu mais um Projeto Integrador. O projeto, realizado na disciplina de Projeto Integrador I, teve como tema central o debate entre Direito, Cidadania e Justiça, com objetivo de apresentar a pesquisa científica aos acadêmicos, por meio dos projetos de extensão universitária que abordam a interdisciplinaridade do curso e o diálogo entre outras áreas.

Durante o projeto, a turma produziu cartilhas explicativas sobre os mais variados assuntos do Direito e organizaram grupos de estudos. Além disso, a turma contou com a participação do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, na disciplina de Projeto Integrador, comandada pelo professor Me. Luiz Fernando Rigatti, em que os acadêmicos auxiliaram o curso de ADS em questões específicas sobre Direito e Inclusão, Direito Público e Direito do Consumidor, para a elaboração de um aplicativo de transporte público que visa os direitos fundamentais do consumidor e do cidadão.

Conforme docente responsável pela disciplina, Dra. Eucleia Gonçalves dos Santos, os acadêmicos refletiram, ao longo das aulas, sobre a relação entre conquistas sociais e ampliação de direitos. “Diante de situações concretas, os acadêmicos foram desafiados a investigar o histórico do conceito de cidadania, as múltiplas faces da cidadania na nossa sociedade, além da importância desse termo para a vida em sociedade e, principalmente, a relação entre a Cidadania e Direito. Tais desafios tinham como propósito demonstrar aos acadêmicos o fato de que o Direito é reflexo de demandas sociais, de ampliação de sujeitos históricos e da luta constante e ininterrupta por justiça”, ressaltou.

Eucleia destacou como os acadêmicos realizaram uma extensa pesquisa histórica e social sobre grupos minoritários e suas características. “Abordamos grupos minoritários, que ao longo do tempo, foram excluídos do campo da cidadania, do direito e da justiça, como imigrantes, pessoas com deficiência, mulheres e negros. A responsabilidade dos acadêmicos foi de realizar um seminário de apresentação sobre a temática e, ainda, elaborar uma cartilha explicativa sobre o grupo específico, a luta pelos direitos e a possibilidade de que, a partir das conquistas, uma sociedade mais justa se configure”, explicou.

Além disso, outros grupos também elaboraram cartilhas com objetivo de explicar sobre as noções de acesso à justiça e cidadania no Brasil. “Objetivamos trazer informações básicas e instrutivas para a população, sobre os canais, caminhos e possibilidades de acesso aos órgãos que efetivam a justiça no nosso município, estado e país. Focamos, principalmente, nos caminhos de uma justiça popular e assistencial, como os NPJs de instituições de ensino e defensorias públicas, além de canais de denúncias”, esclareceu a professora Eucleia.

Outro tema abordado pela turma foi o direito à saúde mental, em razão da situação mundial atual de pandemia. “Considerando o difícil momento que estamos atravessando, os acadêmicos fizeram uma intensa pesquisa na esfera legal, médica e trabalhista sobre o impacto da pandemia em nossa vida, visando a ampliação do Direito Psicológico e considerando o ser humano em suas múltiplas potencialidades e manifestações”, enfatizou Angélica.

Engajamento
De acordo com Eucleia, os alunos se mostraram muito motivados, participativos e engajados ao longo de todo o projeto. “Em diversos encontros, os acadêmicos trouxeram convidados, mostrando que o espaço do debate acadêmico precisa privilegiar as diversas vozes sociais e que a sala de aula precisa ser um espaço de discussão social, de apresentação de demandas públicas e de reivindicações por direito e justiça”, disse.

“Tivemos a participação de dois convidados que relataram as principais dificuldades vivenciadas por pessoas com deficiências e as conquistas dos últimos anos nesse campo. Outros convidados foram desafiados a apresentar relatos pessoais sobre a permanência do racismo estrutural, e como isso se reflete na pele e na alma de pessoas negras. Tivemos relatos pessoais que envolveram a violência doméstica nas famílias e a reflexão sobre o quanto essa celeuma social produz exclusão, traumas e injustiças”, contou Eucleia.

Segundo Eucleia, as cartilhas produzidas pelos acadêmicos foram publicadas em diversas plataformas digitais, com o objetivo de contribuir com o esclarecimento da população, ampliar a cidadania e buscar ainda mais pela justiça. Para a coordenadora, projetos como esse são essenciais para a formação de profissionais mais humanizados e capacitados a conhecer as mais diversas esferas sociais.

“Quando a universidade e o debate acadêmico se voltam para as demandas da população, para a reflexão dos excluídos sociais e para as minorias no campo da cidadania, percebemos porque a função da pesquisa é resgatada. Abrir a sala de aula para a participação da sociedade, trazendo as demandas sociais para os debates acadêmicos e científicos constitui, sem dúvidas nenhuma, um caminho sólido de construção de profissionais comprometidos com um futuro melhor, mais inclusivo, mais justo, mais amplo e, principalmente, mais humano”, concluiu Eucleia.

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Matéria: Karen Del Sant, acadêmica do 5º período do curso de Publicidade e Propaganda do UNIDEP
Revisão: Profa. Ma. Jozieli Cardenal Suttili /Jornalista MTB 9268 – PR
Coordenadora da Agência Experimental de Comunicação do UNIDEP
Contato: [email protected]

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