6/5/2022
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“Escolhi a Enfermagem porque um médico, o doutor Celso, me incentivou. Ele via o carinho e a dedicação que eu já demonstrava, aos doze anos, ao cuidar da minha mãe. Fiz faculdade na Universidade de Passo Fundo (UPF), me formei em 2003. Comecei a trabalhar na área hospitalar, no centro de hemodinâmica, onde atuei por 15 anos. Fiz minha pós-graduação em Cardiologia, trabalhei nessa área durante todo o esse tempo. Nesse período, também lecionei em diferentes lugares, quando fui me identificando com a docência.
Devido a uma perda pessoal, o falecimento do meu filho Arthur, com apenas 8 meses, resolvi sair do hospital. A pressão de estar revivendo aquilo todos os dias era muito dolorida para mim. Foi aí que foquei na docência, até que recebi o convite de vir para o UNIDEP em 2019, como professora dos cursos de Enfermagem, Medicina, e também já atuei nos cursos de Estética e Cosmética e Fisioterapia. Hoje, concilio a carreira de professora com o meu Mestrado na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS).
Meu irmão faleceu aos seis anos, devido a um linfoma não Hodgkin. Após oito anos, minha irmã nasceu. Desde muito cedo aprendi a lidar com a dor das perdas, mas a maior delas foi em março de 2017, um dia após o aniversário do meu marido, Márcio, quando perdemos nosso filho Arthur. Para tê-lo, foram oito anos tentando engravidar. Depois, tentamos novamente, mas tivemos um aborto. Até que eu disse “chega de sofrer”, e decidimos entrar na fila de adoção.
Depois de três anos que meu filho Arthur faleceu, depois de muito sofrimento e muita dor, me ligaram dizendo que havia um casal de gêmeos, com oito anos, para adoção. O sonho das nossas vidas sempre foi termos dois filhos, um menino e uma menina. Ingrid e Jeferson são minhas bênçãos, eles trouxeram muita alegria, amor e bagunça para a nossa vida. Aos poucos, nossa casa vai voltando a sorrir e a dor diminui, embora nada substitua o Arthur.
Queria muito ser mãe, e hoje eu sou mãe novamente. Sou aquela que participa de jogos de futebol, de vôlei... tem sido uma bonita transformação. Para mim, ser mãe é bênção, é alegria, é realmente realizar um sonho – um sonho que busquei por muitos anos e que foi anulado, sim, mas sem deixar de ser abençoado por Deus. Aprendi que a maternidade também é ter filhos sem gerá-los; é poder gerar com o amor do coração.
Eu vi no UNIDEP uma oportunidade muito grande, pois depois que cheguei aqui tive muita sorte e muitas bênçãos. Aqui, somos uma família, porque a gente se ajuda e se completa. Saí de uma zona de conforto muito grande e hoje me reinvento todos os dias. Tem sido uma oportunidade constante de crescer e conhecer pessoas novas. Amo o UNIDEP por isso também, porque eu me reinventei aqui dentro. Hoje, a professora Lia é alguém mais alegre, mais feliz, apesar de toda dor e sofrimento”.
Lia Barbosa Argenton, 41 anos, enfermeira e professora, leciona nos cursos de Enfermagem e Medicina do UNIDEP.
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* “Histórias que Inspiram” é um projeto da campanha institucional Ame o UNIDEP, criada pelo Comitê de Guardiões do Clima. A iniciativa busca compartilhar histórias de colaboradores, professores e egressos do UNIDEP.
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Texto e entrevista: Profa. Ma. Jozieli Cardenal Suttili / Jornalista MTB 9268 – PR
Coordenadora da Agência Experimental de Comunicação do UNIDEP
Foto: Alan Winkoski, Agência Experimental de Comunicação do UNIDEP
Contato: agencia@unidep.edu.br