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Acadêmicos de Medicina da FADEP têm disciplina de Libras e formação inclusiva

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Os alunos do curso de Medicina da Faculdade de Pato Branco (FADEP) têm a oportunidade de aprender a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Neste semestre, a disciplina eletiva está contemplando todos os períodos, o que está permitindo a realização de práticas com objetivo de promover saúde e uma prática médica que, além de humanizada, seja inclusiva. A iniciativa está sendo reconhecida, inclusive, pela Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos do Paraná (Feneis-PR).

O curso está integrado à matriz curricular do Grupo Afya Educacional, em que a construção do conhecimento e a realização de práticas em Saúde ocorrem por meio de metodologias de aprendizagem ativa, que perpassam todos os momentos da graduação. A disciplina de Libras também está neste modelo, o que torna a experiência dos acadêmicos ainda mais significativa. “Temos relatos de alunos que a partir da quarta aula já conseguiram descrever um procedimento médico ou orientar quanto a sintomas e cuidados perante a determinada doença, usando a Libras”, pontua a coordenadora do curso de Medicina da FADEP, Dra. Luisa Patrícia Fogarolli de Carvalho.

Luisa enaltece a importância da aprendizagem em Libras inserida em práticas de metodologias ativas. “Essa condição contribui para assertividade do processo de ensino-aprendizagem, o que torna-se ainda mais significativo considerando que, além de profissionais, estamos formando médicos inclusivos, que terão uma percepção diferenciada quanto à inclusão e à cidadania no que refere-se à medicina em nosso país”, frisa a coordenadora.

A disciplina é ministrada pela professora Luciana de Freitas Bica, psicóloga e intérprete de Libras. Segundo ela, no decorrer do semestre, os alunos aprendem as saudações, os cumprimentos, o primeiro contato da pessoa surda com o médico bilíngue, além dos sinais básicos da área da Saúde para indicar doenças, vacinas, formas de prevenção, tratamentos, doenças sexualmente transmissíveis, entre outras.

Luciana, que atua como intérprete há oito anos, destaca o desempenho dos alunos de Medicina da FADEP. “Usando as metodologias ativas, é notório que os alunos aprendem mais e em menor tempo, pois realizamos diversas práticas, além de painéis, aulas invertidas e a utilização de aplicativos educacionais”, pontua Luciana que, durante as aulas, oportunizou a participação de surdos nativos – entre eles o professor Heron Rodrigues da Silva – para que os alunos se familiarizassem ainda mais com a Língua.

Ela destaca a importância de promover uma Saúde mais inclusiva, especialmente no que tange à formação médica. “Os surdos ficam muito frágeis diante de uma doença, pois não sabem como se comunicar com o médico, tampouco compreendem o que o profissional está falando. Imagine uma mãe ou um pai, buscando atendimento para o seu filho, sem entender o que está acontecendo. É muito triste. A Saúde é uma área muito sensível e é louvável que aqui, na FADEP, estejamos formando médicos bilíngues e inclusivos”, enfatiza Luciana, que é voluntária da Feneis-PR.

Formação médica humanizada

O acadêmico do 5º período do curso de Medicina da FADEP, Ramón Kaimen, acredita que o contato com a Libras será um importante diferencial profissional, além de uma oportunidade ímpar. “Aprender essa forma de comunicação será essencial para minha formação médica, pois estou me capacitando para poder atender às pessoas de forma mais humanizada. Fico feliz que minha Faculdade esteja nos proporcionando essa disciplina, pois, infelizmente, a inclusão da pessoa surda ainda é uma lacuna social. Nós, enquanto futuros médicos, devemos ser capacitados para atender a todos e, principalmente, ajudar ao máximo os pacientes surdos”, pontuou Ramón.

A acadêmica do 4º período do curso de Medicina da FADEP, Alini Cristini Zandonai, compartilha a experiência de estudar Libras na graduação: “estudar Libras está sendo uma experiência incrível. Nossas aulas estão sendo muito dinâmicas, em que tivemos contato com alguns surdos, que compartilharam depoimentos sobre as dificuldades de comunicação com médicos. Isso nos fez compreender a importância de estarmos aprendendo Libras, justamente para mudarmos essa situação”, disse.

Alini destaca que, por Lei, o acesso aos serviços de saúde deve ser universal e igualitário, porém, ainda são necessários muitos avanços. “Essa é a primeira vez que estou tendo a oportunidade de estudar a Língua Brasileira de Sinais e isso está me fazendo entender a importância da inclusão em minha futura área de atuação, a qual preza pelo atendimento sem exclusões e preconceitos. Acredito que exercer a Medicina de maneira inclusiva, é um meio de fazer a diferença e de lutar pelos direitos dos surdos”, destacou.

Ações da Liga Acadêmica de Humanidades

A Liga Acadêmica de Humanidades Médicas (LAHUM) do curso de Medicina da FADEP foi fundada no início de 2019, com objetivo de auxiliar os acadêmicos do curso na busca por uma formação mais humanizada. “Agora, a LAHUM também é a Liga da Inclusão, especialmente dos surdos, já que as aulas despertaram em nós muito amor pela área. Acredito que estaremos fazendo a diferença na sociedade, especialmente na área da Saúde, tendo em vista a grande carência de médicos fluentes na Língua Brasileira de Sinais, contraditoriamente à considerável quantidade de surdos no país”, completou Alini, que é presidente da LAHUM.


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Matéria: Profa. Ma. Jozieli Cardenal Suttili / Jornalista MTB 9268 – PR

Coordenadora da Agência Experimental de Comunicação da FADEP

Fotos: Alan Winkoski, acadêmico do 6º período do curso de Publicidade e Propaganda da FADEP.


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