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FADEP Sustentável incentiva inovação por meio de construções inteligentes e energia limpa

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Aconteceu nestas terça e quarta-feira, dias 29 e 30 de outubro, o FADEP Sustentável, evento promovido pela Faculdade de Pato Branco (FADEP), juntamente com o Circuito Urbano e a ONU-Habitat, agência líder da Organização das Nações Unidades (ONU) na agenda global para o desenvolvimento urbano sustentável. Com o tema “Construções inteligentes e energia limpa”, o evento foi realizado pelos cursos de Engenharia Civil e Engenharia Elétrica.

Na primeira noite (29/10), o tema principal foi a utilização do bambu como matéria-prima para diversos segmentos da economia, especialmente para a construção civil, perspectiva abordada a partir dos estudos do professor Dr. Fabiano Ostapiv, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) - Campus Pato Branco e da professora da FADEP Ana Claudia Dal Prá Vasata, mestranda do Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil da UTFPR Pato Branco.

Em sua fala, o professor Fabiano apresentou as características do bambu, evidenciando a variedade das espécies – são cerca de 1.300 em diversas regiões do mundo. Segundo ele, o Brasil é a segunda localidade que mais possui espécies da planta, cerca de 250. Nesse sentido, ele lembrou que é possível aproveitar toda a estrutura do bambu: as folhas são comestíveis, podem servir para alimentação humana e animal, além de serem utilizadas pela indústria farmacêutica.

“Há uma variedade muito grande de espécies, parte já está entrando em extinção e nós ainda não descobrimos as suas utilidades. Sabemos que a matéria-prima do bambu pode originar 5 mil produtos, contribuindo, inclusive, enquanto regeneradora ambiental, para a geração de energia, contenção de água, entre outros. Para a construção civil, bem como para a utilização em propriedades rurais, além do caráter sustentável, acaba demandando um investimento menor se comparado a outros materiais como a madeira ou o concreto, por exemplo”, pontuou.

Segundo Fabiano, a cadeia produtiva da madeira possui cerca de 10 mil empresas. No caso do bambu, falta tecnologia para usinar o material. Logo, este configura-se enquanto um mercado exponencial, uma cadeia produtiva sustentável, a partir da utilização de uma matéria-prima que pode contribuir para a preservação ambiental, justamente no que refere-se à preservação das florestas. “Cerca de 1,5 milhão de pessoas vivem em casas construídas com bambu, no Vietnã, Malásia, Indonésia, entre outros países”, disse o professor.

Construção civil e habitação sustentável

O bambu não tem finalidade apenas decorativa ou estética, pois pode, sim, ser usado como estrutura para a construção civil. Essa foi a mensagem da professora Ana Claudia Vasata, uma das organizadoras do evento e que está estudando o tema na sua dissertação de mestrado. Nesse sentido, ela apresentou várias alternativas para utilização bambu na construção civil que, além do caráter sustentável, oportuniza acabamentos ricos em detalhes, por meio da utilização de um material leve, resistente, eficiente e consideravelmente mais barato. 

“Por que devemos usar o bambu na construção civil?”, indagou Ana. “Precisamos estimular, especialmente nos acadêmicos, a percepção ambiental e sustentável da área da engenharia civil e elétrica, bem como a demanda de energia e emissão de gases para produção de diversos materiais que são utilizados no mercado atual e, principalmente, a contribuição disso para o aquecimento global”, destacou.

Segundo ela, o bambu, se comparado com outros materiais, possui taxa negativa de emissão de gases poluentes na atmosfera, pois contribui para a preservação do meio ambiente. “Temos que considerar as demandas da sociedade, inovar focando na sustentabilidade, seja na atuação como engenheiro civil ou engenheiro eletricista”, pontuou.

Ao final da primeira noite, acadêmicos e professores construíram, juntos, uma geodésica, a partir da orientação dos professores Fabiano e Ana Cláudia. “Geodésicas de bambu são estruturas espaciais reticuladas, constituídas de formas geométricas, muito utilizadas para abrigos de população carente ou refugiados”, enfatizou Ana.

Energia solar

A energia renovável a partir da implantação da usina fotovoltaica da FADEP foi o tema da segunda noite da programação (30/10), a partir de palestra ministrada pelo coordenador do curso de Engenharia Elétrica da FADEP, professor Me. Ricardo Bertoncello. Segundo ele, atualmente, a partir da operação integral dos 1.128 painéis solares instalados na faculdade, 70% do consumo de energia da FADEP será renovável. 

“A nossa estimativa é de uma redução de 75% da fatura mensal de energia elétrica. Isso, para a FADEP, é um avanço muito significativo, pois nos confirma enquanto uma das primeiras Instituições de Ensino Superior da região a adotar a geração de energia fotovoltaica, possuindo a segunda maior usina solar do Sudoeste do Paraná”, frisou.

O FADEP Sustentável

A FADEP foi parceira da ONU-Habitat na realização do FADEP Sustentável, agência da ONU que impulsiona discussões e atua como multiplicadora na troca de conhecimentos, experiências e melhores práticas para a transformação positiva de cidades, promovendo programações em diversas cidades do mundo.

A FADEP foi escolhida em virtude dos projetos e ações desenvolvidas pelos cursos de graduação, voltadas à inovação e sustentabilidade urbana. “Participamos de um processo de seleção e, ao recebermos o evento e efetivarmos esta parceria, confirmamos a nossa postura pelo desenvolvimento humano e sustentável da sociedade, primando sempre por uma formação que, além da técnica, também contribui para formação de profissionais conscientes diante do seu papel na comunidade”, completou o coordenador do curso de Engenharia Civil da FADEP, professor Me. Tobias Jun Shimosaka.

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Matéria: Profa. Ma. Jozieli Cardenal Suttili / Jornalista MTB 9268 – PR

Coordenadora da Agência Experimental de Comunicação da FADEP

Fotos: Ana Vitória Albrecht, acadêmico do 4º período do curso de Publicidade e Propaganda da FADEP.


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